Data: 18-04-2012
Criterio: B2ab(iii)
Avaliador: Tainan Messina
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
A espécie ocorre nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, RioGrande do Sul e, possivelmente, Paraná, com AOO de 40 km², sendo encontrada em cerca de 10 locais em situação de ameaça. Arbustoperene, pouco frequente, habita a Mata Atlântica em áreas Florestais Estacionais e mais raramente em Florestas Mistas. Este bioma tem sido alvo do intenso processo de exploração predatória e da retirada da coberturavegetal, visando à utilização das áreas para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem maisdo que 7 a 8% da área original. Portanto, a espécie estáseveramente fragmentada e não há registros de ocorrência em unidade de conservação (SNUC).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Neocabreria malachophylla (Klatt) R.M.King & H.Rob.;
Família: Asteraceae
Arbusto ramoso coberto por indumento densamento velutino; com folhas papiráceas, lanceoladas a ovado-lanceoladas e margem serreada; e capítulos com 20-25 flores, dispostos em cimas corimbiformes no ápice dos ramos (Cabrera; Klein, 1989).
Ocorre em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (Hatori et al., 2011).
Arbusto perene, pouco frequente, que habita áreas florestais estacionais e mais raramente florestas mistas. Fértil de setembro a fevereiro, polinizado por insetos e dispersado pelo vento (Cabrera; Klein, 1989).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência
national
Detalhes
Atualmente os remanescentes de Floresta Ombrófila Mista não perfazem mais do que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (Medeiros et al., 2005). A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação da região sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século (Klein, 1985 apud Medeiros et al., 2005). No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005). Outro aspecto que ressalta a criticidade da Floresta Ombrófila Mista é a carência de espaços legalmente protegidos, sob a forma de unidades de conservação, na sua área de ocorrência original. Face ao intenso processo de degradação florestal observado, a implantação de unidades de conservação de proteção integral se insurge como estratégia inadiável. Não obstante, avaliações de estratégias e alternativas para conservação das florestas com araucárias foram feitas nas últimas décadas, sempre salientando sua preocupante criticidade, mas quase nada foi realizado em termos de conservação efetiva (Medeiros et al., 2005).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência
national
Severidade
very high
Detalhes
A Mata Atlântica é um bioma caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração madeireira e ocupação humana ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte deste bioma, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original. Por esse fatores, foi considerada por Mittermeier et al. (2004) apud Galindo-Leal e Câmara, (2003) um dos hotspots da biodiversidade. Devido à ocupação urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas 'ilhas' de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos compõem populações isoladas de populações que habitam outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana, circundante de um fragmento, pode significar uma barreira intransponível (Galindo-Leal; Câmara, 2003).
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada "Em perigo" (EN) pela Lista de espécies da flora ameaçadas de extinção de São Paulo (SMA-SP, 2004).
- GALINDO-LEAL, C; CÂMARA, I.G. Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. São Paulo, SP; Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional, 2005. 472 p.
- TELES, A.M.; LOEUILLE, B.; HATTORI, E.K.O.; ET ALSTEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A.; ET AL. Asteraceae. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 516 p.
- CABRERA, A.L.; KLEIN, R.M.REITZ, R. Tribo Eupatorieae. 1989. 352 p.
- HATTORI, E.K.O. Neocabreria in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB103567>.
- MEDEIROS, J.D.D.; SAVI, M.; BRITO, B.F.A.D. Seleção de áreas para criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista. Biotemas, v. 18, n. 2, p. 33-50, 2005.
- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.
CNCFlora. Neocabreria malachophylla in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Neocabreria malachophylla
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 18/04/2012 - 15:10:00